sexta-feira, 30 de maio de 2008

Homenagem pioneiros e história Café Cerrado


Clique abaixo para ver fotos da homenagem aos pioneiros do café do cerrado:


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HISTORIA DO CAFÉ DE CAMPOS ALTOS


O ano de 1.902 marca a história do Café e de Campos Altos, como data das primeiras manifestações da cultura na região. Naquele longínquo ano, o Sr. "Zeca Severino", proveniente da cidade mineira de Santa Juliana, plantou a primeira lavoura na "Fazenda Bonita". A produção, com o fruto ainda no pé, foi comprada pelo Capitão Virgílio Marques. O café colhido foi “socado” e descascado em Monjolos da "Fazenda Barreiro" de propriedade do Sr. "Antônio Franco Sobrinho", limpado manualmente em peneiras e comercializado a dois contos de reis.

Em decorrência do sucesso da primeira experiência outras lavouras foram plantadas em terras de cultura, onde existiam matas virgens. O clima próprio, altitude média de 1.100 metros e o elevado e regular índice pluviométrico de 2.800 mm anuais, tornou a região de Campos Altos em uma das mais propicias ao cultivo do Café. O que inscreveu definitivamente a cidade entre as que produzem um dos cafés de melhor qualidade do país e do mundo.

Osvaldo Alves de Araújo, proveniente do Sul de Minas, foi um dos cafeicultores pioneiros em Campos Altos, primeiro Vice Prefeito eleito de Campos Altos e dos maiores expoentes da cafeicultura Brasileira. Nas décadas de 30,40,50 e 60 o famoso “cafeicultor de Campos Altos” obteve reconhecimento nacional e exerceu influencia social, política e econômica nas esferas regional, estadual e federal. Sem praticamente qualquer disponibilidade de mecanização, aquele cafeicultor conseguiu produzir por vários anos em terrenos íngremes de cultura, para a época, a incrível marca de 10.000 sacas de café beneficiados de excepcional qualidade, bem como 3.000 sacas de milho e feijão.

Em várias oportunidades e momentos políticos nacionais, o Sr. Osvaldo Alves de Araújo manifestou o poderio e influencia, auxiliando e/ou financiando campanhas eleitorais, entre outros, dos renomados políticos de quem também era amigo, recebido e recebia, os Srs. Jânio Quadros, Milton Campos, Magalhães Pinto, Oscar Dias Correia, Rondon Pacheco, Afonso Arinos, Osvaldo Pierucetti, Simão da Cunha, Francisco Bilac Pinto, Leopoldo Dias Maciel, Sinval Boaventura, José Dalmo Araújo, José Vargas, Canabrava, etc.

Dado à elevada produção quantitativa e qualitativa do município e região, facilidade de escoamento através da via férrea, na época, único meio eficaz de transporte, em 1.956, o Governo Federal construiu e implantou na cidade, para armazenar o estoque regulador oficial e apoiar a cafeicultura local, uma unidade do Instituto Brasileiro do Café, com capacidade de armazenamento de 3000.000 sacas.

Com o crescente aumento da produção, produtividade e da área plantada do “Ouro Verde” e do conseqüente esgotamento da disponibilidade de áreas de culturas, também foram aumentadas as fronteiras agrícolas. A primeira experiência do “Café do Cerrado", que tantas riquezas gerou e tem gerado às regiões mineiras do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, aconteceu em 1.959 através da pioneira iniciativa dos Srs. "Juca Nery" e "Eurípedes Balsanufo", no lugar denominado “chapadão", em terras de propriedade de Sr. " Francisco Falco ".

Foram abertas covas de 60 x 60 cm, enchidas com terra gorda, palha de café e pó de carvão em uma tentativa inédita e pioneira no processo de correção da acidez do solo. Infelizmente, as nove mil mudas plantadas não prosperaram, a partir do momento em que as raízes atingiram o solo ácido do cerrado.

Embora a produção da primeira experiência tenha sido frustrada, a cultura do Café do Cerrado se transformou na melhor alternativa para produção daquela cultura, que tanta produção de alimentos e riquezas têm gerado para a cidade e toda região do Alto Paranaiba e Triângulo Mineiro.

No final de 1.971 os Srs. "Shigeo Haykawa" e "Teruo Iwano", tentaram e felizmente foram os primeiros cafeicultores a obterem sucesso na plantação de lavouras de café no cerrado, que estão em produção até o presente. Foi utilizado entre outros produtos, o calcário para correção da acidez do solo, iniciando assim efetivamente a pratica da cultura, que foi rapidamente difundida em toda a região.

No presente estão plantados no município em torno de 15.000.000 de pés de café, em área de 6.000 hectares, com produção média anual de 25 sacas por hectare ou total de 150.000 sacas de 60 Kg. de café limpo, arábico, tipo 6, excelente bebida, de primeiríssima qualidade e totalmente destinados à exportação. O que tem contribuído significativamente para manutenção histórica, a vários anos, da principal fonte geradora de divisas para o País e de milhares de empregos diretos e indiretos. A atividade cafeeira é a principal atividade econômica de Campos Altos.

A elevada produtividade e qualidade do “secular” Café de Campos Altos, que não necessita de irrigação pelo também alto índice pluviométrico, é reconhecida por todos a nível nacional e internacional. O Café de Campos Altos tipo “Bourbon” vale no mínimo R$ 20,00 a mais que os demais, segundo afirmação do Sr. Aguinaldo, Presidente da Cocacer.

A empresa multinacional italiana Illy Café, já concedeu vários prêmios em Qualidade à produtores Campos-Altense.

Marcelo Macedo

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