sexta-feira, 30 de julho de 2021

HOMENAGEN A GERALDO MAGELA PEREIRA PELO DIA DO MOTORISTSA. Em cumprimento ao programa dos serviços profissionais, liderados pelo brilhante companheiro Iroito, o Rotary Club de Campos Altos, se regozija por voltar a se reunir presencialmente e a homenagear representantes de segmentos da comunidade. No dia 25 de julho, é comemorado o Dia do Motorista. Uma justa lembrança ao profissional, considerado um dos principais condutores do crescimento de uma nação e não apenas de um veículo, que na verdade é um instrumento do seu trabalho. O homenageado da noite, muito digno representante da classe dos motoristas, é o Sr. Geraldo Magela Pereira, natural de São Gotardo em 19/05/1951, filho de Exisdemundo José Pereira e Adélia Pereira Nascimento. Por coincidência, em 15/05/1949, exatamente dois anos antes do nascimento do motorista homenageado, foram iniciadas as atividades da tradicional empresa APC, primeira oficina mecânica e loja de autopeças de Campos Altos. O Sr. Geraldo Magela, aprendeu a dirigir com o Sr. Onofre Alegre e possui nada menos do que incríveis 47 anos de habilitação e entre outros já prestou serviços para os seguintes empregadores: Sr. Alderico Lopes, Corresolo, Mercearia Globo, em São Gotardo, Transpadap / Gotardo, Transportadora Alvorada /São Gotardo, Vic Transporte / Ibiá, Espaço Armazéns Gerais / BH. Por muito apreciar e ser um incorrigível contador de histórias, descendente do fundador e há 35 anos sócio gerente da tradicional empresa APC, cuja saga se confunde com a do automóvel e de Campos Altos, falar sobre o objeto da homenagem é um prêmio e oportunidade de ouro, que não poderia ser perdida. A considerar que a maioria dos presentes provavelmente não conhece, é pedido licença para contar as histórias e informar quem foram os primeiros motoristas no mundo e no Brasil, bem como a razão pela qual São Cristóvão é o protetor e o dia dos motoristas comemorado em 25 de julho. Em 5 de agosto de 1888 a Sra. Bertha Benz, aos 39 anos de idade, foi a primeira pessoa na história a dirigir um automóvel por longa distância. Ela dirigiu 104 quilômetros entre as cidades de Mannheim e Pforzheim, na Alemanha. A proeza chamou a atenção e alavancou as vendas do Benz Patent-Motorwagen, primeiro automóvel do mundo, que foi construído pelo marido Karl Benz. Mais tarde houve fusão das companhias pioneiras Benz e Daimler, que constituíram a Daimler-Motoren-Gesellschaft (DMG), embrionária da conceituada Mercedes Benz. O novo veículo construído pela DMG, em atenção ao pedido, foi denominado Mercedes em homenagem a filha de Emil Jellinek, que adquiriu 36 unidades por 5000. 000 marcos e foi tornado agente oficial de vendas da marca na Áustria-Hungria, França, Bélgica e Estados Unidos. No Brasil o primeiro veículo não tracionado por animais, mas com motor a vapor chegou pelas mãos de Francisco Antônio Pereira Rocha, em 1871, em Salvador Bahia. O primeiro carro com motor a explosão semelhante aos atuais, foi um Peugeot Type 3, que chegou no Porto de Santos em 1891, importado da França por Alberto Santos Dumont. Assim, curiosamente, o homem conhecido como “Pai da Aviação”, além de criador do relógio de pulso e outras invenções, também foi o precursor do automóvel e um dos primeiros motoristas do País. Após estudar o funcionamento do veículo, Alberto o teria cedido ao irmão mais velho Henrique. Segundo documento, que existiria na Prefeitura de São Paulo, Henrique Santos Dumont seria o piloto pioneiro ou o primeiro motorista habilitado do Brasil. Já São Cristóvão, pelos relatos registrados nas Legenda Áurea (um livro de referência para as devoções católicas redigido no século XV), trata-se de um “Cananeu de origem, que foi martirizado por volta do ano 250 d.C.”, durante a perseguição aos cristãos comandada pelo imperador Décio. Seu pai era Ofero, rei de Canaã e o seu nome de origem Réprobo – do latim reprobu, que significa “malvado”. As narrativas que se perpetuaram por meio da tradição oral cristã dão conta que Réprobo era um homem gigantesco e de força descomunal, que trabalhava como guerreiro. Durante uma festa no reino, o guerreiro percebeu que o pai rei fazia o sinal da cruz toda vez que as músicas cantadas citavam o nome do demônio. Curioso, ele questionou o motivo daquela atitude. O rei respondeu que aquele símbolo era uma proteção contra a presença da força do mal, contida nas letras das canções. Réprobo, então, entendeu que o demônio era mais poderoso que o rei e, por isso, seria o maior mestre, a quem tanto desejava servir. Crente de ter finalmente encontrado seu rei, o guerreiro saiu em busca do demônio pelo deserto, até que o encontrou e juntos caminharam por longo tempo. O guerreiro, no entanto, notou, que, quando o demônio viu uma cruz, rapidamente fugiu dela e mudou a direção da viagem. Logo, finalmente compreendeu que a figura ligada à cruz era o seu verdadeiro rei, por possuir maior força e poder entre todos. Diante da conclusão que era “Jesus Cristo quem ele procurava”, a doutrina cristã lhe foi apresentada por um eremita, tipo de padre que vagava pelo mundo em oração e vivia de esmolas. O mesmo ainda ensinou que, uma vida simples, de jejum, caridade e amor ao próximo, era o que mais agradava e o aproximava do Crucificado. Como vivia em um local em cujos arredores havia um rio caudaloso, que sempre inundava, destruía as pontes e plantações, para servir o próximo, passou a oferecer seus ombros para fazer a travessia dos pobres, crianças e velhos pelas águas. De tal modo que, passou a ser muito penoso o cumprimento da tarefa cotidiana do antigo guerreiro. Nesse ponto, como em outros, há interessantes semelhanças entre a sina de Cristóvão de Atlas, um personagem da mitologia grega, condenado por Zeus a “carregar o firmamento sobre os ombros”. Certa noite, durante uma tempestade, ao carregar um pequeno menino quase não conseguiu completar o trajeto, pois a criança tornava-se cada vez mais pesada. Ao chegar a outra margem, já exausto, afirmou: Parece que estou a carregar o mundo nas costas. Em resposta, ouviu do pequeno: “Eu sou Jesus Cristo, o filho de Deus e estais a carregar muito mais que o mundo, mas o filho do criador, o Redentor e os pecados do mundo”. Daí a justificativa pelo enorme peso. Em seguida, a criança ordenou a Réprobos que fixasse seu bastão na terra. Na manhã seguinte, apareceu no mesmo local uma exuberante palmeira. Este milagre converteu muitos e despertou a fúria do rei pagão da região, que em represália ordenou a prisão de Cristóvão. A reflexiva história simboliza a importância do transporte e como o trabalho dos motoristas é vital para o dia a dia de todos. Cristóvão é derivado do grego christophoros, que quer dizer “o portador de Cristo” e a sua representação mais conhecida é a de um gigante, de vestes leves, até os joelhos, carregando uma criança e apoiando-se em um cajado. Em algumas imagens, o menino-Deus traz na mão um globo terrestre. Cristóvão teria abandonado a vida de luxos e maldades para seguir a “Palavra de Cristo”, se dedicado a pregar a doutrina cristã aos gentios, na Ásia Menor, sul atual Turquia, onde foi preso, torturado de diversas formas e em 25 de julho degolado. Segundo Nilza Botelho Megale, sua devoção é bastante antiga. Acredita-se que a primeira capela lhe foi dedicada na Calcedônia, ainda no século V; em seguida vieram os conventos a ele consagrados. A fé nesse santo também se difundiu em Veneza “e nas proximidades dos rios Reno e Danúbio, sujeitos a constantes enchentes”. A partir do século IX ele se tornou objeto de culto na França e um pouco mais tarde na Inglaterra. Por conta das pestes, foi invocado como um dos 14 santos auxiliares da Igreja, para proteger das epidemias. É provável que a devoção tenha desembarcado no Brasil durante o primeiro século de colonização, com os portugueses, já que o município de São Cristóvão, em Sergipe, está entre os mais antigos. A capela que deu nome ao bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, data das primeiras décadas do século XVII. Foi no início do século XX, com a crescente utilização de transportes automotivos que o apelo a São Cristóvão se difundiu. Conta-se que, “em 1905, a rainha italiana Margarida de Sabóia viajava pelo Valle D’Aosta, quando pastores atiraram pedras contra seu veículo e quebraram os faróis. Sem conseguir enxergar, seu motorista se agarrou à medalha de São Cristóvão, que teria clareado a estrada e evitado acidentes”. O santo, que já era protetor dos turistas e viajantes, passou a ser invocado também para proteger os motoristas e transportadores. Em Paris, uma igreja consagrada ao santo está localizada perto da fábrica da Citroen. Imagens, medalhas e santinhos de São Cristóvão são encontrados com frequência em carros, táxis e caminhões, de tal modo que a devoção acompanha os motoristas. Em filme assistido no passado, salvo engano do Mazaropi, foi ilustrada bem-humorada demonstração que, em condições de imprudência e irregulares, São Cristóvão deixaria de proteger o motorista. Na cena do filme, o motorista é um homem agressivo e mal-intencionado, que para fugir da responsabilidade ou cometer delito, na estrada íngreme e sinuosa, tomava sequentes goles de pinga, enquanto dirigia em alta velocidade antigo caminhão. Quando o imprudente motorista perdeu o controle, pouco antes de sofrer terrível e fatídico acidente, São Cristóvão se despediu com pequeno aceno de mão ou tchau e deixou apressadamente o contorno da imagem fixada no painel do veículo. As várias orações ao santo sempre pedem “firmeza e vigilância no volante”, “proteção para os que viajam” e “que todos cheguem bem ao seu destino”. Em uma delas, há uma passagem especialmente bonita, com a qual, para fechar esta fala e conclamado que todos rezemos juntos: "Dai-me Senhor, firmeza e vigilância no volante, para que eu chegue ao meu destino sem acidentes. Protegei os que viajam comigo. Ajudai-me a respeitar a todos e a dirigir com prudência. E que eu descubra vossa presença na natureza e em tudo o que me rodeia. Amém". Muito obrigado e boa noite. Marcelo Macedo Campos Altos, 29 de julho de 2021. ****************************************************************** "A pessoa com caráter bem formado possui o conhecimento necessário para ter sucesso na vida profissional, cívica, familiar e pessoal". - (Richard Hattwick)